Israel e Hamas se comprometem a respeitar cessar-fogo por 5 horas

Objetivo é permitir a retirada de feridos graves e o abastecimento da região.
Trégua começou às 10h locais; Israel diz ter sido atingido por três morteiros.


Do G1, em São Paulo

Israel e o movimento islamita palestino Hamas se comprometeram nesta quinta-feira (17) a suspender as hostilidades durante cinco horas com o objetivo de permitir a retirada dos feridos mais graves e o abastecimento da população da Faixa de Gaza. A trégua começou às 10h locais e não há hostilidades.

A trégua, estabelecida entre as 10h e as 15h locais (4h e 9h de Brasília), foi aceita no final da noite de quarta-feira (16) pelo Hamas, depois que o Exército israelense anunciou que a interrupção das operações na Faixa de Gaza.

"As facções da resistência concordaram em aceitar a oferta da ONU de uma trégua de cinco horas por razões humanitárias", informou em comunicado o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zukhri.

No entanto, o Israel advertiu que "se o Hamas, ou qualquer outra organização terrorista, aproveitar essa janela humanitária para realizar ataques contra civis israelenses e alvos militares, o Exército responderá com firmeza e de forma contundente".

Combates

Apesar disso, durante o período da trégua, três disparos de morteiro procedentes de Gaza atingiram o sul de Israel, segundo o Exército local. “Enquanto o Tsahal não dispara, três obuses procedentes de Gaza foram lançados contra Eshkol”, disse o Exército. Ninguém ficou ferido nos ataques.

Meninos palestinos buscam pertences em uma casa danificada. (Foto: Finbarr O'Reilly / Reuters)Meninos palestinos buscam pertences em uma casa danificada. (Foto: Finbarr O'Reilly / Reuters)

Pouco antes do início da trégua, três palestinos morreram em um ataque de tanque israelense contra uma casa de Rafah, sul da Faixa de Gaza. Quatro pessoas ficaram gravemente feridas no ataque, anunciou Ashraf al-Qudra, porta-voz dos serviços de emergência de Gaza.

Também antes do início da trégua, o exército israelense informou que impediu uma tentativa de entrada em seu território de um comando palestino através de um túnel a partir de Gaza e matou um de seus integrantes.

“As forças israelenses localizaram 13 terroristas que entravam em Israel por um túnel construído pelo Hamas”, afirmou uma fonte militar. “Isto permitiu desbaratar a tentativa de infiltração e um grande ataque terrorista”, completou.

O túnel terminava perto do kibutz de Sufa, sul de Israel. Durante o ataque, os integrantes do comando recuaram para a Faixa de Gaza, mas um deles morreu, segundo o exército.

A trégua foi solicitada pelo enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Robert Serry, por causa da morte de quatro meninos palestinos na quarta em uma praia de Gaza por um bombardeio da Marinha israelense, segundo diversos veículos da imprensa.

Vítimas

Trata-se do primeiro cessar-fogo aceito pelas duas partes desde que Israel iniciou sua ofensiva militar Limite Protetor há dez dias. Segundo os serviços de emergência palestinos, 230 pessoas morreram e 1,6 mil ficaram feridas na Faixa de Gaza até o momento.

Do lado israelense, um civil de 37 anos morreu na terça-feira (15), atingido por um foguete no momento em que distribuída comida aos soldados posicionados na fronteira com Gaza.

A Agência da ONU para Ajuda aos Refugiados Palestinos (UNRWA) indicou que já havia recebido 21 mil refugiados. Vários deles estão dormindo no chão devido à falta de estrutura para receber um número tão elevado.

Israel anunciou que mais de mil foguetes haviam atingido seu território em nove dias e que mais de 250 tinham sido destruídos pelo sistema de defesa "Iron Dome" (Cúpula de Ferro).

A nova onda de violência entre israelenses e palestinos foi desencadeada pelo sequestro seguido do assassinato de três estudantes israelenses em junho, em um episódio atribuído por Israel ao Hamas. O movimento palestino negou as acusações. Pouco depois, um jovem palestino foi morto queimado vivo em Jerusalém.

Ataques

Esta quarta, nono dia de uma ofensiva aérea retomada após o fracasso de uma tentativa de trégua, foi marcada pela intensificação dos ataques israelenses.

Enquanto dezenas de novos foguetes palestinos eram disparados a partir do território palestino em direção a Israel, esforços eram mantidos para tentar pôr fim ao banho de sangue após o fracasso de um primeiro cessar-fogo proposto pelo Egito.

Esse acordo havia sido aceito na véspera por Israel, mas rejeitado pelo Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Um representante do movimento islamita palestino, Mussa Abu Marzuk, reuniu-se no Cairo com lideranças egípcias, e com o presidente palestino, Mahmud Abbas, sem que um avanço esteja no horizonte.

Diante da recusa do Hamas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse não ter "outra escolha, a não ser estender e intensificar" a campanha militar contra Gaza, um pequeno território de 362 quilômetros quadrados onde 1,8 milhão de pessoas vivem na miséria, submetidas a um bloqueio israelense há vários anos.

Dezenas ataques aéreos acompanhados de bombardeios de artilharia atingiram casas de autoridades do Hamas e outros alvos em Gaza, matando 25 palestinos, incluindo pelo menos oito crianças, de acordo com fontes dos serviços de emergência palestinos.

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