OTAN realiza manobras militares no mar Negro

Na parte ocidental do mar Negro terminaram as manobras militares Sea Breeze de que participam 25 navios da OTAN. Os organizadores não esconderam o fato de que um pano de fundo político dos exercícios e da “presença forçada” no mar Negro continua sendo a crise na Ucrânia e a reintegração da Crimeia.


Andrei Fedyashin | Voz da Rússia

Segundo observadores, as manobras, em termos políticos, são justificadas e oportunas. As missões incumbidas foram cumpridas longe das costas ucranianas, contando com apoio de um draga-minas e navios de patrulha oceânica, um cruzador Vella Gulf com o sistema antimíssil Aegis e mísseis de cruzeiro Tomahawk, uma fragata italiana Aviere e um submarino turco.

No entanto, o Estado-Maior da OTAN afirma que as manobras demonstram “a solidariedade e a capacidade defensiva colectiva”. A presença dos navios da OTAN no mar Negro tem um “carácter forçado”. Na primavera, junto das costas romenas, se realizaram os exercícios da Marinha da Bulgária, Romênia e dos EUA

Desde o início de junho, no mar Negro estão patrulhando os navios de reconhecimento – o Elettra italiano e o Dupuy de Lome, da França.

A tarefa principal dos aliados ocidentais é mostrar à Rússia a seriedade das suas intenções, considera o politólogo russo, Dmitri Polikanov:

“A OTAN quer reforçar o poderio do Exército da Ucrânia mediante os exercícios para demonstrar a seriedade das suas intenções em relação à Rússia com a qual não desejam dialogar como antes”.

Dentro de alguns dias, a Marinha dos EUA e as Forças Navais da Ucrânia irão coordenar ações no âmbito dos exercícios Sea Breeze, se prevendo a entrada dos navios da OTAN no porto de Odessa.

Do ponto de vista de peritos russos, a intensificação da actividade da OTAN no mar Negro é uma chantagem, sendo um pretexto formal para reforçar as posições da Aliança na região, opina o politólogo Semion Bagdasarov:

“É uma pressão político-militar sobre a Rússia, inspirada pela OTAN e pelos EUA perante a guerra civil no Sudeste da Ucrânia que não terminará em breve. Os exercícios atuais vão pressionando a Rússia sendo um prelúdio para agressão à Crimeia”.

As Forças Armadas dos EUA e de seus aliados têm intensificado a sua atividade na Europa do Leste. Nas manobras realizadas em maio na Estônia foi estabelecido um recorde de seis mil participantes.

No entanto, os exercícios Rapid Trident, no maior polígono da Europa Ocidental Yavorovsky na região de Lvov, foram adiados. Os EUA não se atrevem a colocar as suas tropas no país em guerra. O Exército ucraniano se envolve na operação punitiva sem se saber quando regressará aos locais de aquartelamento.

Como disse o chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Rússia, Valeri Gerasimov, o Ocidente está aumentando as suas forças nos países bálticos, na Polônia e Romênia, bem como nos mares Báltico, Negro e Mediterrâneo. “Não podemos ficar indiferentes à situação atual”, disse.

Na semana passada, os grupos tácticos de cruzadores antimíssil e navios de luta antissubmarina da Frota do mar Negro realizaram os exercícios marítimos. No fim de semana passado, um grupo de bombardeiros Tu-95 efetuou um “golpe” contra os navios de “adversário” no mar Negro. Das manobras participaram, um avião-radar A-50, os caças Su-27, Su-24, três cruzadores e complexos de mísseis Bastion.


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