Procuradoria alemã investiga outro suposto espião para os EUA

Suspeito seria empregado do Ministério da Defesa.
Agente da inteligência alemã foi preso por contatos com a CIA.


EFE

A Procuradoria Federal alemã e o departamento de polícia realizaram nesta quarta-feira (9) batidas em um domicílio privado e em escritórios de Berlim após detectar um segundo caso de suposta espionagem para o serviço dos EUA, desta vez de um empregado do Ministério da Defesa.

Segundo informações das redes públicas "NDR" e "WDR", assim como da edição digital do jornal "Süddeutsche Zeitung", a operação aconteceu na capital e em suas imediações.

A Procuradoria Federal confirmou os registros, mas se recusou a oferecer detalhes com o argumento de que a investigação continua aberta, enquanto a chanceler, Angela Merkel, não quis se pronunciar em entrevista coletiva.

De acordo com as informações do citado jornal, o suspeito trabalha no Ministério da Defesa, teria realizado ações de espionagem para os EUA e espera-se que hoje mesmo deponha perante a Procuradoria.

Esta notícia segue à detenção, na semana passada, de um agente alemão de 31 anos, que trabalhava na central dos serviços de inteligência em Pullach (Baviera) e que estava em contato com a CIA há dois anos.

O suspeito supostamente filtrou para Washington documentados da comissão parlamentar que investiga o escândalo da espionagem em massa da Agência Nacional de Segurança (NSA).

O caso causou grande rebuliço na Alemanha e fortes críticas, tanto nas fileiras governamentais como na oposição, embora segundo o jornal "Süddeutsche Zeitung" os registros de hoje apontam para um caso ainda mais sério, por entrar no âmbito militar.

O embaixador dos EUA em Berlim, John B. Emerson, foi convocado na semana passada pelo Ministério das Relações Exteriores e, segundo meios de comunicação alemães, na terça-feira compareceu de novo perante esse departamento para abordar o assunto.

Segundo informações da publicação "Der Spiegel", o diretor da CIA, John Brennan, ligou pessoalmente ao coordenador dos serviços secretos alemães, Klaus-Peter Fritsche, que depende diretamente da chanceler Angela Merkel, para "minimizar os danos" por este escândalo.

O suposto espião duplo filtrou 218 documentos internos, pelos quais recebeu 25 mil euros em um encontro na Áustria.

Entre esses documentos havia várias atas da comissão do Bundestag (câmara baixa) que investiga a atividade dos serviços secretos dos EUA em solo alemão por causa das revelações do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden.


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