“Mísseis Iskander-E estão prontos para fornecimentos a outros países, bem como complexos S-400, mas para isso é necessária uma decisão de órgãos do Estado”, disse Valeri Varlamov, chefe da delegação russa na exposição de armas MILEX 2014 que está decorrendo na Bielorrússia.
Vassili Kashin | Voz da Rússia
Pode se tratar de uma mudança de política no campo da exportação desses sistemas, e para consumidores de armas como a China, o complexo pode ser modificado.
Foto: RIA NovostiO Iskander-E e o S-400 são mencionados juntos não por acaso. Ambos os sistemas de armamentos eram vistos como prioritárias para o reequipamento do exército russo. Devido ao grande volume de encomendas de defesa estatais, a indústria russa tem tido um défice de capacidade de produção. Por isso, foi decidido que ambos os sistemas serão exportados somente após terem sido satisfeitas as necessidades básicas das forças armadas russas. O exército russo tinha que substituir urgentemente armas soviéticas cujo prazo de validade estava expirando, de modo que não se podia hesitar. Isto se aplicava plenamente também aos Iskander. Estes mísseis substituem o antigo sistema soviético Tochka-U, nos quais o prazo de validade de combustível sólido deve expirar até o final desta década.
Até o momento, a Rússia já conseguiu algum progresso no reequipamento do exército. Negociações sobre fornecimentos de sistemas S-400 para países como a China e a Bielorrússia já estão em pleno andamento. Obviamente, chegou a vez de exportar também os Iskander.
Este sistema poderia ser útil para muitos países asiáticos. A maioria dos grandes países e territórios da região estão atualmente desenvolvendo seus próprios sistemas de defesa antimíssil – por suas próprias forças ou com a ajuda dos Estados Unidos. Programas similares existem na China, Índia, Japão, Coreia do Sul e até em Taiwan. O Iskander foi especialmente projetado para o uso em condições em que o inimigo possui um poderoso sistema de defesa antimíssil. O míssil não só possui alta precisão, mas também realiza durante o voo manobras complexas que o fazem pouco vulnerável mesmo para os melhores sistemas de defesa antimíssil. Em algumas áreas de sua trajetória ele realiza manobras com sobrecargas de 30g.
O complexo de mísseis Iskander também é otimizado para ação em condições de domínio do inimigo no ar. O complexo utiliza chassis móveis de todo-o-terreno, e o processo de preparação dos mísseis para lançamento é rápido e altamente automatizado.
O que é ainda mais importante para tais consumidores de armas como a China, é que o complexo pode muito bem ser modificado para usar novos tipos de mísseis. Por exemplo, na Rússia foi desenvolvida uma versão de Iskander usando um míssil de cruzeiro com um alcance de 2.000 km. A Rússia está enfrentando dificuldades na implantação de tais sistemas devido à sua participação no tratado sobre mísseis de médio e curto alcance. No entanto, os países do Leste e do Sul da Ásia não têm tais restrições.
Mesmo para os países asiáticos que têm seus próprios programas de mísseis bem desenvolvidos, este sistema pode ser uma adição útil para o arsenal existente. A alta precisão e a capacidade de superar a defesa aérea torna o Iskander-E um instrumento ideal para atacar alvos individuais especialmente importantes e altamente protegidos.