França envia armas para curdos do Iraque

Britânicos enviam caças de ataque para Chipre


Área Militar

O governo da da França anunciou nesta quarta-feira que iniciou um procedimento de urgência, para o envio de armamento para as forças militares da região autónoma do Curdistão Iraquiano, de forma a reforçar as milícias «Peshmerga».

A União Europeia, numa reunião dos ministros das Relações Exteriores autorizou os estados membros a apoiar militarmente os militares curdos, que são neste momento vistos como a única forma de evitar a expansão da vaga de terrorismo protagonizada por elementos ultra-radicais do ISIL. Além de armamento, os franceses vão igualmente enviar 20t de alimentos e materiais para emergências médicas.

Entre os armamentos que a França se prepara para enviar, encontram-se armas ligeiras e suas munições, morteiros de 60mm e respetivas munições e material de comunicações. Especula-se que a França vai enviar para os Peshmerga, mísseis anti-tanque que permitam às forças curdas lutar contra as viaturas blindadas, algumas delas Hummvee americanos, que têm sido utilizados pelos guerrilheiros do ISIL. Está colocada de parte a possibilidade do envio de qualquer tipo de viatura pesada, embora não seja de excluir o envio de camiões e jipes.

O material que vai ser disponibilizado pela França, é material em segunda mão, que está em condições de ser utilizado mas que foi retirado de serviço no exército francês com o objetivo de o colocar à venda.

Caças Tornado em Chipre

A Grã Bretanha também anunciou o envio de ajuda humanitária e ao mesmo tempo de um número não discriminado de caça-bombardeiros Tornado GR4, especializados em operações de ataque ao solo.


Os Tornado estiveram entre as aeronaves que participaram no devastador ataque aéreo contra as forças do coronel Kadafi, quando estas se preparavam para massacrar a população de Benghazi.

No entanto, para já as autoridades britânicas afirmam que os Tornado apenas vão proteger os voos de apoio humanitário, que tiveram que ser suspensos há dois dias atrás, por receio de que a carga pudesse atingir os milhares de refugiados que precisam ajuda.

Situação catastrófica

Desde há quase uma semana, que dezenas de milhares de pessoas se encontram isoladas numa formação rochosa no norte do Iraque. A montanha de Sinjar, com cerca de 40km de comprimento e 3km de largura, encontra-se a uma altura de 400m da planície vizinha, que é controlada pelos extremistas do ISIL.

Entre 20.000 a 30.000 pessoas continuam isoladas, entre as quais milhares de crianças e pessoas idosas, debilitadas pela falta de água e alimentos. As Nações Unidas declararam que a situação humanitária aproxima-se de uma catástrofe e autoridades americanas e britânicas já falam na possibilidade de uma operação de evacuação aérea de emergência.

No entanto, esse tipo de evacuação apresenta riscos altíssimos. Até ao momento o movimento ISIL ainda não utilizou mísseis anti-aéreos, que reconhecidamente possui, contra aeronaves de asa rotativa.

A utilização de grande número de helicópteros resultaria numa operação de uma dimensão nunca tentada e a Turquia teria se quer o principal ponto de apoio para essa operação.

Pressão sobre a Turquia

Um dos problemas que se levanta com o auxilio militar aos combatentes Peshmerga, prende-se com a tradicional oposição dos turcos à criação de uma entidade governamental curda, no Curdistão iraquiano. O Curdistão, é a maior nação do mundo sem estado. Se o Curdistão fosse unificado (encontra-se dividido entre Turquia, Síria, Iraque e Irão) teria uma população de 27 milhões. Praticamente metade dessas pessoas vive na Turquia.

Os turcos consideram o movimento PKK que luta contra os interesses turcos como uma organização terrorista, mas nos últimos dias o PKK tem estado entre as organizações que tem prestado auxilio humanitário aos milhares de Yaziris encerrados na montanha de Sinjar.


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