Ofensiva em Gaza já matou quase 300 crianças, diz Unicef

Segundo agência, pelo menos 296 crianças e adolescentes morreram.
Israel acusa o Hamas de usar civis como escudo na Faixa de Gaza.


France Presse

A ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, iniciada em 8 de julho, provocou a morte de pelo menos 296 crianças e adolescentes palestinos, anunciou o Unicef. O levantamento mostra dados até este sábado (2).

"As crianças representam 30% das vítimas civis", afirma o Fundo das Nações Unidas para a Infância.

"O número de crianças mortas nas últimas 48 horas pode aumentar, após uma série de verificações que estão sendo feitas", afirma o Unicef.

Criança palestina é levada para hospital. Médicos acusam Israel de ter realizado ataque e matado 8 pessoas horas depois de começar o cessar-fogo nesta sexta-feira (Foto: AFP)Criança palestina é levada para hospital. Médicos acusam Israel de ter realizado ataque e matado 8 pessoas horas depois de começar o cessar-fogo nesta sexta-feira (Foto: AFP)

Os dados ainda não são definitivos, mas apontam que cerca de 200 palestinos morreram em ataques a míssil israelenses desde o fracasso do cessar-fogo temporário na sexta-feira (1º), segundo informações de autoridades médicas em Gaza. Durante a madrugada deste sábado, a violência deixou 50 mortos, a maioria em Rafah, no Sul de Gaza, onde Israel busca o soldado Hadar Goldin, que está desaparecido desde uma emboscada do grupo militante Hamas, que matou dois soldados israelenses.

Mais de 1.650 palestinos, em sua ampla maioria civis, morreram em consequência da ofensiva israelense. No mesmo período, 63 palestinos morreram, em sua maioria militares.

O Estado de Israel acusa o movimento islamita palestino Hamas, que controla Gaza, de usar a população como "escudo humano".

Mortos eram combatentes


Dados divulgados pelo vice-ministro do Exterior de Israel, Tzachi Hanegbi, neste sábado indicam que o país tem evidências de que quase metade dos palestinos mortos na guerra que já dura 25 dias na Faixa de Gaza era formada por combatentes.

Os grupos de direitos humanos de Gaza dizem que ao menos 80% dos palestinos mortos eram civis. O Conselho de Direitos Humanos da ONU acusou na semana passada os israelenses de realizarem "ataques desproporcionais e indiscriminados" e abriu um inquérito para averiguar possíveis crimes de guerra.

Israel rejeitou o anúncio do Conselho de Direitos Humanos da ONU, considerando a decisão tendenciosa, mas geralmente conduz suas próprias investigações sobre os combates.

"Há uma pesquisa sendo realizada no Exército, muito profissional e confiável, cuja conclusão é que pelo menos 47% dos mortos são terroristas, com fotografias e nomes", disse Tzachi Hanegbi à emissora de televisão israelense Canal Dois, acrescentando que as informações serão apresentadas aos investigadores. Ele não deu mais detalhes do assunto.

Volta para casa


Também neste sábado, o Exército de Israel disse que os palestinos que fugiram dos combates na cidade de Beit Lahiya, no norte da Faixa de Gaza, podem retornar para suas casas, em um sinal de que a ofensiva na área está diminuindo, segundo a Reuters.

"Os habitantes do norte da Faixa de Gaza receberam uma mensagem que informa que podem retornar ao setor de Beit Lehiya", afirma um comunicado do Exército. “Os moradores são aconselhados a tomar cuidado com dispositivos explosivos do Gamas que se espalharam pela área”, disse em mensagem enviada aos 70 mil moradores da cidade.

Segundo a France Presse, a autorização provavelmente significa que o exército considera que concluiu sua missão, enquanto testemunhas afirmaram que constataram uma retirada das tropas israelenses das localidades próximas a Khan Yunes, sul do território palestino.

Apesar disso, dezenas de palestinos morreram neste sábado na Faixa de Gaza em ataques do exército de Israel, que procura um soldado desaparecido, ao mesmo tempo que o Egito tenta promover um plano para acabar com o conflito.

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