Ucrânia diz que não haverá cessar-fogo até que separatistas se rendam

Bombardeios seguem neste domingo na cidade de Donetsk


O Globo
com agências internacionais

DONETSK - Um porta-voz do Exército ucraniano rejeitou, neste domingo, um pedido de cessar-fogo de rebeldes, afirmando que isso só acontecerá quando eles mostrarem a “bandeira branca” e se renderem.

— Se houver essa alternativa, deve ser realizada através de meios práticos e não por palavras, levantando bandeiras brancas e baixando armas. Ainda não vimos essas medidas — disse o porta-voz Andriy Lysenko.


Homem corre de prédio destruído depois de ataque em Donetsk
Foto: Sergei Grits / APHomem corre de prédio destruído depois de ataque em Donetsk - Sergei Grits / AP

No sábado, o líder rebelde Aleksandr Zakharchenko tinha pedido a trégua, que foi recebida com desconfiança tanto pelo governo da Ucrânia em Kiev como pelo Ocidente, cujos líderes expressaram sua preocupação de que a medida busque apenas aumentar a pressão internacional sobre a Ucrânia.

O Ocidente alega que a missão de ajuda russa poderia servir como pretexto para que os soldados russos ingressem na Ucrânia. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e os líderes ocidentais têm repetidamente acusado a Rússia de fornecer armas para os rebeldes e conhecimentos militares, que a Rússia nega.

ATAQUES CONTINUAM NESTE DOMINGO

As forças do governo apertaram o cerco em torno do principal reduto dos rebeldes, a cidade industrial de Donetsk, que foi atingida por bombardeios desde o início da manhã deste domingo. Uma pessoa morreu e dez ficaram feridas, afirmou à AP o porta-voz do conselho da cidade, Maxim Rovinsky. Os jornalistas da AP disseram ter escutado 25 fortes explosões por volta das 12h (horário local). Mais de dez edifícios residenciais, assim como um hospital e uma loja foram atingidos, e vários ônibus presos entre o fogo cruzado durante a noite seguiam em chamas pela manhã.

Em comunicado divulgado mais tarde, os rebeldes disseram que continuam prontos para uma trégua temporária para impedir “uma catástrofe humanitária”. Mas acrescentaram: “enquanto o Exército ucraniano continuar com a ação militar, não pode haver cessar-fogo”.

Centenas de milhares de moradores de Donetsk têm fugido à medida que aumenta a violência entre as forças governamentais e separatistas ucranianos pró-russos, o que já provocou a morte de 1.300 pessoas desde abril, segundo a ONU.

— Esta é uma guerra de verdade. É impossível viver nesta cidade. Tenho dormido no sótão durante uma semana — afirmou Inna Drobyshevskaya, advogada de 48 anos, em Donetsk.

— Não queremos uma “Nova Rússia” por este preço — acrescentou, em referência ao termo usado pelos rebeldes que buscam independência do governo central para descrever a parte Leste da Ucrânia.

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