Ativistas de direitos humanos acusam Kiev de crimes de guerra

As Forças Armadas ucranianas utilizaram em áreas densamente povoadas de Donbass munições de fragmentação, afirmou a organização internacional de direitos humanos Human Rights Watch (HRW). O uso de bombas de fragmentação em áreas povoadas viola as leis de guerra e equivale à prática de crimes de guerra, enfatizam os ativistas de direitos humanos.


Natalia Kovalenko | Voz da Rússia

Forças de segurança controladas por Kiev usaram projéteis com ogivas de fragmentação de sistemas de lança-foguetes múltiplos Uragan e Smerch em cidades e aldeias de Donbass. Tal foi a conclusão dos peritos da organização internacional de direitos humanos Human Rights Watch, sediada em Nova York.

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BM-27 Uragan | Reprodução

Os ativistas de direitos humanos estiveram durante uma semana em Donetsk e outras localidades da região de Donetsk, onde documentaram o amplo uso de munições de fragmentação. Além disso, pelo menos 12 desses ataques ocorreram em outubro, ou seja, durante a trégua em vigor.

Os ativistas não conseguiram estabelecer em todos os casos quem exatamente usou munições de fragmentação em áreas residenciais. Por isso eles não excluem que possam ter sido também as milícias. Mas em alguns casos, as provas colhidas apontam irrefutavelmente para a culpa do exército ucraniano. Trata-se, em particular, do ataque contra uma escola em Donetsk no dia 1 de outubro que matou os pais de dois alunos e um professor, e também do bombardeio do centro de Donetsk em 2 de outubro, resultando na morte do funcionário do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Laurent du Pasquier.


“O uso de munições de fragmentação em áreas povoadas viola as leis de guerra e pode ser um crime de guerra, porque esta arma ataca indiscriminadamente”, diz um comunicado da Human Rights Watch. “As autoridades ucranianas devem imediatamente se comprometer a não usar munições de fragmentação e juntar-se à convenção que as proíbe”, apelam os defensores de direitos humanos.

A investigação da Human Rights Watch é uma das poucas ocasiões em que especialistas estrangeiros visitaram Donbass e conseguiram recolher provas dos crimes de Kiev. E o uso de bombas de fragmentação em cidades não é o único crime nesta lista.

A descoberta de valas comuns de civis em posições ocupadas por tropas ucranianas antes de recuar no âmbito da trégua também requer investigação, bem como o uso de bombas de fósforo proibidas, disse o vice-chefe de gestão operacional do estado-maior das Forças Armadas russas, general-major Viktor Poznikhir:

“Nós temos confirmação verificada de que em cidades e vilas do sudeste da Ucrânia foram usadas munições contendo fósforo. Esta afirmação baseia-se em indícios característicos: alta velocidade de queda, ao contrário de munições de iluminação, o fato de os elementos se espalharem ardendo em forma de chuva de faíscas sobre uma área grande; surgimento de incêndios de grandes proporções em áreas de queda e alta temperatura de combustão”.

Mas Kiev não respondeu ao pedido oficial da HRW sobre o uso de munições de fragmentação. Kiev tem negado o uso de bombas de fósforo em áreas residenciais de Donbass e, geralmente, se recusa a reconhecer os ataques da artilharia contra civis ucranianos.

Na sexta-feira, 24 de outubro, o Conselho de Segurança das Nações Unidas vai realizar uma reunião aberta sobre a situação na Ucrânia. Nela, o lado russo pretende levantar a questão dos crimes de guerra de Kiev.


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