Queda do MH17 visou demonizar a Rússia - blogueiro holandês

O blogueiro holandês Max van der Werff explicou à Sputnik porque decidiu realizar a sua própria investigação sobre a origem de duas fotos controversas que circularam nas redes sociais logo após a queda do avião da Malaysia Airlines em julho de 2014, nas quais se pretendia mostrar que o rastro de fumaça no céu tinha origem em um lançador de mísseis.


Sputnik

Max van der Werff disse que viajou à Ucrânia porque é cidadão holandês e o seu país perdeu quase 200 pessoas no acidente. O MH17 nunca teria sido abatido se não houvesse uma guerra civil na Ucrânia, disse ele. 


Local da queda do Boeing de Malaysian Airlines na região de Donetsk
© Sputnik/ Andrey Stenin

Há quinze anos, em agosto de 1999, ele viajou para a Ucrânia pela primeira vez, logo após o bombardeio da ex-Iugoslávia pela OTAN. Sua análise foi que a Ucrânia se tornaria uma das próximas áreas de confronto.

"Lendo The Grand Chessboard [a obra do estrategista Zbigniew Brzezinski] ficou claro por que motivo a Ucrânia é importante para os EUA como um ponto de acesso geográfico para conter a Rússia… Em 17 de julho, poucas horas depois do acidente do MH17, para mim se tornou claro que essa tragédia visava demonizar a Rússia e o seu presidente", disse Max van der Werff.

"Eu segui tudo o que estava ligado a esta questão e tentei construir a minha própria visão. Eu notei que as mídias frequentemente apresentam suposições completamente infundadas como se fossem fatos."

O blogger viajou para Donbass para ver por si mesmo onde essas fotos haviam sido tiradas. Ele subiu para o telhado de onde o fotógrafo anônimo tinha tirado a foto, fez sua própria e mostrou que a imagem é fraudulenta porque a vista das duas fotos não coincidem.

As conclusões de Van der Werff também se referem a uma outra dúvida sobre a veracidade das fotos — na foto do anônimo o tempo estava relativamente limpo, mas, segundo os relatos no dia do acidente, o céu estava nublado.

O blogueiro falou com pessoas que conhecem o suposto fotógrafo e disse que elas lamentavam ele ter escolhido apoiar o novo regime em Kiev:

"Eu não diria que eles estavam com raiva dele, mas decepcionados. Especialmente um de seus ex-colegas que se juntou às milícias".

Van der Werff também explicou que é quase impossível para um jornalista ocidental não relatar em conformidade com a política antirrussa:

"O mantra é nada-contra-os-russos-mas-contra-o-ditador-Putin." Se você tem uma visão diferente, você será afastado… Publicações respeitadas como o Financial Times ou o NRC Handelsblad dos Países Baixos, para qual eu trabalhei 16 anos como correspondente na Ásia Oriental, não só se juntaram a este jornalismo corrupto mas também ajudaram a tirar conclusões loucas."

Ele resumiu a entrevista com algumas palavras sobre o funcionamento da mídia ocidental: "Não é uma conspiração. É apenas o modo como a pressão dos colegas funciona".



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