Incorporação do NDM Bahia G-40 será nesta quarta-feira em Salvador

Dilma vem a Salvador para cerimônia de incorporação de navio


Luana Almeida | A Tarde

Nesta quarta-feira, 6, a presidente Dilma Rousseff e o governador Rui Costa participam da cerimônia de incorporação do Navio Doca Multipropósito (NDM) Bahia à frota da Marinha do Brasil. O ato será realizado na sede do Comando do 2º Distrito Naval, no bairro do Comércio, a partir das 11 horas. 


Embarcação está atracada no Porto de Salvador desde o último domingo - Foto: Edilson Lima | Ag. A TARDE
Embarcação está atracada no Porto de Salvador desde o último domingo | Foto: Edilson Lima | Ag. A TARDE

Adquirido por meio de um acordo entre o governo brasileiro e francês, a embarcação atracou em Salvador desde o último domingo e vai substituir o ex-navio de desembarque-doca (NDD) Rio de Janeiro, que será desativado. A capital baiana é o primeiro porto brasileiro a receber o navio.

Após a abertura oficial, a embarcação será aberta para visitação. O público poderá conhecer as principais dependências do navio, por meio de visita guiada, das 14h às 17h, com entrada gratuita.

Projetado para transportar tropas, veículos, helicópteros e munição, a embarcação, que foi comprada por 80 milhões de euros, tem capacidade para operar em grandes áreas oceânicas e na proteção de plataformas marítimas de petróleo.

De acordo com o almirante de esquadra da Marinha Bento Costa, o navio poderá ser utilizado, ainda, para comando e controle de força-tarefa, operações aéreas, operações de paz - transporte de tropas e materiais -, assistência humanitária e hospitalar, resgate e apoio em casos de catástrofes naturais e no combate à pirataria.

"O navio-doca Multipropósito atende a diversas possibilidades no âmbito militar e de defesa civil. A compra é fruto de uma carência desse tipo de equipamento na Marinha", afirmou.

Após visitar Salvador, o navio seguirá para o Rio de Janeiro, onde ficará por cerca de três meses para a realização de testes e exercícios com tropas. A previsão é que, em meados do segundo semestre, ele seja utilizado para sua primeira missão oficial: o retorno de oficiais que se revezam nas forças de paz no Haiti.

Complexo hospitalar

Dentre os destaques da embarcação está o complexo hospitalar com 500 m² e 49 leitos, 23 deles para terapia intensiva, dois para isolamento e 24 de extensão. O hospital é o primeiro de grande porte montado em uma embarcação da Marinha brasileira. 


O hospital conta com 500 m², 49 leitos, sendo 23 de UTI, dois de isolamento e 24 para leitos de extensão, com capacidade total para 100 pacientes por dia

O espaço de saúde comporta, ainda, a recepção de 100 pacientes por dia e conta, também, com sala de curativos, laboratório e centro cirúrgico capaz de operar até seis cirurgias por dia.

"O acesso ao hospital pode ser realizado tanto por dentro da embarcação, tanto pelo convés de voo principal, o que permite que helicópteros de resgate realizem evacuações aeromédicas", explicou o capitão de corveta e chefe do grupo de saúde, Demóstenes Apostolides.

Um dos seis baianos a integrar a tripulação de cerca de 230 homens, o primeiro-sargento Miguel Ângelo conta sobre a emoção de retornar a Salvador a bordo do NDD.

"É gratificante mostrar aos meus conterrâneos o navio. É um prazer voltar à minha cidade natal. Considero essa como uma das maiores missões da minha carreira", afirmou.


Embarcação custou seis milhões de euros ao Brasil

Antes de ser incorporado à Marinha brasileira, o Navio Doca Multipropósito, projetado em 1999 pela Marinha francesa, passou por uma série de intervenções. A reforma, realizada pela empresa francesa que projetou a embarcação, custou cerca de seis milhões de euros ao Brasil.

O custo foi utilizado para a realização de incrementos para aumentar a vida útil do navio. “Trata-se de uma embarcação que é considerada nova. Um navio desse porte pode ser utilizado por até 30 anos. Com as intervenções, esse período aumenta para 40 anos”, explicou o almirante de esquadra da Marinha Bento Costa.

O navio tem como lema “Gigante por natureza, imponente por destino”, ganhou o nome de Bahia em uma homenagem ao estado. “A Bahia abrigou importantes passagens épicas da história da Marinha”, disse.

Histórico

Antes de ser adquirido pela Marinha brasileira, era denominado TCD Siroco, na França. A embarcação coleciona um histórico de missões, sobretudo de paz e de ações antipirataria.

A primeira atuação importante da embarcação foi em 1999, em ações contra invasores da costa leste e oeste da África. No mesmo ano, participou da evacuação de civis em situação de perigo no Timor Leste e, em 2006, no Líbano. E 2010, prestou serviços hospitalares a vítimas do terremoto no Haiti.


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