Gripen C/D não será leasing, sim horas de voo

Ministérios da Defesa do Brasil, da Suécia e FAB trabalham de forma acelerada para a formalização do contrato das aeronaves Gap Filler. A forma do contrato será inovadora. Porém, as condições geopolíticas têm influenciado de forma significativa.


Nelson Düring
Editor-Chefe DefesaNet

Durante a III Mostra BID Brasil o editor de DefesaNet obteve a informação do atual status das negociações entre os Ministérios da Defesa do Brasil e Suécia com referência ao “Gap Filler”.



Assim são denominadas as aeronaves, que serão usadas para preencher o vácuo cobrindo a desativação dos Mirage 2000 C/B, do 1º Grupo de Defesa Aérea (GDA), ocorrida em Dezembro de 2013, e também das primeiras unidades do F-5EM/FM, previstas para ocorrer a partir de 2017..

Também o objetivo é de iniciar as fases de treinamentos de transição para as futuras aeronaves Gripen NG, tanto para os pilotos como as equipes de apoio em terra.

Para isto serão posicionados na Base Aérea de Anápolis (BAAN). A proposição inicial é de integrar, não só os membros do 1º GDA, mas também equipes do 1º/14º Grupo de Aviação, Esquadrão Pampa, atualmente posicionado na Base Aérea de Canoas (BACO).

O Esquadrão Pampa foi a primeira unidade a operar o F-5EM/FM, recebendo as unidades a partir de 2005.

As Negociações

A idéia inicial era de assinar um “leasing operacional” para as aeronaves SAAB Gripen C/D, atualmente em colocadas em disponibilidade operacional na Flygvapnet (Força Aérea da Suécia).

Nas últimas semanas o conceito evoluiu entre as partes para o contrato ser na forma de “aquisição de horas de voo”. Fonte do Comando da Aeronáutica sinalizou a DefesaNet que esta forma atenderá de maneira mais ampla as demandas da Força Aérea Brasileira.

Os números com que a FAB trabalha são de 1.200 a 1.500 horas de voo, para um período de 3 a 4 anos. Este número incluirá as demandas operacionais do 1º GDA, na defesa aérea do Planalto Central.

A FAB gostaria de ter de 12 a 16 aeronaves (incluindo modelos D biplace). Porém, as condições geopolíticas atuais talvez restrinjam a um número final de 8 a 12 aeronaves. No mínimo 8 aeronaves para formar dois esquadrões completos.

A Geopolítica

A questão da Ucrânia e o aumento da tensão militar na Europa, incluindo o Báltico, voltando aos níveis da Guerra Fria, criou uma nova demanda à Força Aérea da Suécia.

Esta Força é a primeira e principal linha de defesa do país nórdico. A Flygvapnet foi colocada em prontidão operacional criando uma inesperada demanda sob a cadeia logística das aeronaves Gripen. Assim como os demais operadores do Gripen na Europa (Rep. Tcheca e Hungria)

Outros países como a Eslováquia mostraram interesse em ter o caça SAAB Gripen. Necessitando de um substituto para os antigos Mig-29 a Eslováquia procura a assistência de seu vizinho, a República Tcheca.

A República Tcheca já arrenda o Gripen e planeja desenvover junto com a Eslováquia um sistema de Defesa Aérea Integrado. Técnicos suecos estão trabalhando neste projeto.

As Negociações

Durante a semana da III Mostra BID Brasil (1 a 5 Setembro) o Vice-Ministro da Defesa da Suécia Carl Von Der Esch e o Comandante da Força Aérea Major-General Micael Bydén, mantiveram várias reuniões em Brasília DF.

E inclusive aproveitaram a BID Brasil para manter contato com o parceiro preferencial no Brasil, a EMBRAER Defesa e Segurança. A delegação recepcionada pelo VP Geraldo Gomes, vendas internacionais, recebeu um briefing sobre o KC-390.




Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem