Marinha argentina planeja ter navio de assalto anfíbio de 15.000 toneladas

Poder Naval

O Estado-Maior da Armada argentina tem prontas, para serem apresentadas em 2016 ao governo que sucederá o de Cristina Kirchner, algumas solicitações para o reforço, a médio prazo, de sua Frota de Mar (esquadra).

A principal delas, um LHD (navio de assalto anfíbio multipropósito) capaz de cumprir, prioritariamente, missões de controle de área e de projeção de poder (fuzileiros navais) do mar para a terra; e, secundariamente, apoio a missões de Paz e de socorro a vítimas de desastres naturais.

Há quase seis anos o governo de Buenos Aires tem a oferta, da indústria naval francesa, da construção, em estaleiro argentino, de um navio tipo BPC-140, de 21.000 toneladas (carregado) – na Marinha francesa batizado de classe Mistral.

Atualmente os argentinos vêm examinando uma série de modelos de navios de comando e controle dotados de compartimento alagável, para o desembarque de lanchões transportadores de viaturas blindadas, veículos utilitários e pessoal.

Nessa lista estão, entre outros, os programas Makassar sul-coreano, de 10.300 toneladas (a plena carga) – adquirido, em 2013, pela Marinha peruana –; Enforcer, hispano-holandês, e, até mesmo, um LPD Type 71, de desenho chinês e deslocamento em torno das 20.000 toneladas.


Type 071 YUZHAO Jinggang Shan井冈 999 Kunlun Shan昆仑山 998 Amphibious Transport Dock LPD amphibious warfare ships of the People's Republic of China's People's Liberation Army Navy chinese (2)Navio-doca Type 71 Yuzhao, da Marinha chinesa, modelo que vem sendo estudado pelos chefes navais argentinos

Baby carrier - Alguns chefes navais argentinos imaginam que, a longo prazo – dentro de 15 ou 20 anos –, tendo a indústria naval argentina consolidado tecnologia e experiência na construção de navios militares modernos, talvez fosse possível pensar na construção de um porta-aviões ligeiro, na faixa das 30.000 toneladas (que, na oficialidade, vem sendo tratado, informalmente, de General Belgrano, nome do cruzador argentino que os ingleses afundaram durante a Guerra das Malvinas).

Na metade inicial dos anos de 1990, a estatal espanhola Izar, da área de construção naval (atual Navantia), projetou, seguindo especificações fornecidas pelos chefes navais argentinos, um baby carrier de 27.000 toneladas que, naquela época, seria batizado com o nome de 9 de Julio.

O navio teria sua “ilha” recuada no convés de voo e, apesar de pequeno, seria dotado de duas catapultas e dois elevadores – o que o capacitaria a operar 25 aeronaves de asa fixa. O desenho ficou conhecido como Projeto BSAC 220, mas nunca saiu do papel.

Os espanhóis também ofereceram o Projeto 220 à Marinha do Brasil, como forma de substituir o veteraníssimo navio-aeródromo “Minas Gerais”, mas os almirantes brasileiros optaram por comprar o porta-aviões médio “Foch”, mais tarde rebatizado como São Paulo.

Deficiências - Ocorre que, para que tudo isso possa, um dia, virar realidade, o Ministério da Defesa precisaria autorizar uma ampla recuperação das capacidades da Marinha de seu país.

Isso significa dizer: (1) a modernização das fragatas MEKO 360, de origem alemã – na Argentina reclassificadas como destructores –, (2) a reforma das corvetas Meko 140 construídas em território argentino sob planos alemães, (3) a incorporação de três a cinco navios-patrulha oceânicos chineses tipo P-18N com capacidade de guerra antissubmarina, (4) a atualização dos sistemas de navegação e de combate dos três submarinos (das classes TR-1700 e IKL-209), e – sobretudo – (5) a restauração dos préstimos do Comando Aeronaval (COAN).

A situação da aviação naval argentina é péssima.

Todos os seus três bimotores Trackers, de exploração e luta antissubmarino, estão inoperantes; de toda a frota de caças-bombardeiros Super Etendards, apenas um ou dois são mantidos em operação, e, assim mesmo, sob restrições operacionais; parte da frota de aeronaves antissubmarino P-3A Orion é usada para transporte de passageiros (!); e as aeronaves de asas rotativas são antiquadas e de pouco valor combativo.

Nos últimos dez anos, todas essas limitações vêm acarretando uma impossibilidade de se manter em dia o adestramento dos pilotos navais argentinos – mesmo com a ajuda de corporações estrangeiras, como as Marinhas do Brasil, do Uruguai, do Chile e do Peru.

Os meios da Infantaria de Marinha da Argentina também requerem providências urgentes. Os veículos anfíbios de maior porte, tipo LVTP-7, devem ser submetidos a reformas em seu sistema de tração. As viaturas de reconhecimento ERC-90 F-1 (canhão de 90 mm) estão no limite de sua vida útil.

Os fuzileiros argentinos também estão deficientes em meios de defesa antitanque, antiaérea, e em radares e equipamentos de comunicação criptografados.



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